A arte interativa hoje promovida pelos jogos

Era para ser um post meramente casual, apenas indicando o link do Pollock, mas transformou-se em algo maior do que eu poderia imaginar. Fui associando referências e fugiu de meu controle. Muito do que for escrito aqui merecerá receber postagens melhores elaboradas.

Recentemente, um amigão de infância Thiago Larangeira, perguntou-me se eu conhecia um jogo chamado OKAMI. Não sabendo do que se tratava, fui pesquisar e tive uma grata surpresa. Baseado na cultura japonesa, o player interage com o personagem principal, por meio de um pincel (para entender veja o Clip). Realmente as cores e a trilha sonora são de impressionar. Com dinâmica de uma pintura sumi-ê desenvolvida na velocidade em que os fatos ocorrem, tem-se um resultado maravilhoso.
Para quem conhece o artista Jackson Pollock , um site bem divertido, a medida que o mouse percorre a tela, vão surgindo traçados que remetem diretamente ao expressionismo abstrato de JP.
Agora para escrever este post, fui pegar o link, e no site descobri que foi desenvolvido o aplicativo para celular. Com isso me lembrei dos novos monitores sensíveis ao toque, que permitem criar desenhos na ponta do dedo. Esta interatividade existe há tempos. Quem não se lembra a novidade que foi quando os computadores surgiram com o Paint Brush, ou mesmo um jogo de Mega Drive chamado Art Alive.
Porém a música vem desenvolvendo algo muito mais expressivo. Lembro-me de um jogo para Game Boy que até hoje movimenta fóruns, inclusive um dos maiores entusiastas é Malcon Maclaren do Sex Pistols(aqui tem um texto que ele escreveu ( 8-Bit Punk ). Outro exemplo inegável são os jogos como Guitar Hero e Rock Band, que não sendo tão interativos a ponto de criar as músicas, levam gerações mais novas a terem contato com um Rock´n´Roll de primeira linha e despertam o interesse de aprender a tocar os instrumentos.
Não podemos esquecer da banda brasileira Lens Kraftone, que os músicos com controles do wiimote, simplesmente agitam a mão no ar como se tocassem equipamentos imaginários.
A arte hoje acaba tendo um conceito acessório, principalmente nas concepções mais experimentais ou conceituais. Quem nunca viu o conceito toy-art, ou o mercado de decoração para telas e esculturas (cujas obras são feitas por encomendas e caso não fique bem no ambiente podem ser trocadas). Fico imaginando a soma desses dois elementos: arte e interatividade digital. Pois antes, para pintar uma tela, era necessário domínio de técnica e materias, assim como para aprender um instrumento musical era necessário ter-lo fisicamente.
Falar que a tecnologia substituirá tudo, considero um gigantesco absurdo, na verdade vejo a tecnologia voltar a atenção e o interesse a algo que se faz acoplado a ela, sendo uma auto-referência. Pois existe o desenvolvimento da sensibilidade, tratando-se portanto, de uma nova maneira de ser introduzido e tomar gosto pela arte.

Um comentário:

  1. Adorei seu Blog , Francisco, estou produzindo um artigo sobre games no ensino de artes visuais,sou arte educadora em santa catarina e mestranda em artes visuais e pesquiso a educação a distancia com adolescentes, podes mandar pra mim algumas dicas??? adoraria manter contato
    kaluhe@brturbo.com.br

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